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Análise Casa da Moeda – até 09/2024

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CASA DA MOEDA DEU LUCRO!!!

Depois da série de prejuízos que eu trouxe aqui, temos a primeira estatal com resultado líquido positivo até 09/2024.

QUE BELEZA, NÉ??

É, mais ou menos. Explico.

Abaixo DFs até 09/2024.

Para começar, um problema: até agora, a Casa da Moeda é a que tem as Notas Explicativas menos transparentes e os dados mais sintéticos.

A Receita Bruta aumentou em 9% entre períodos, apesar da queda de Produtos Mercado Externo, segundo a empresa por ausência de contrato.

Teve uma variação alta nas Deduções Diretas, o que “consumiu” parte do crescimento.

Isso se deve à constituição de passivo ligados a um julgamento de DRU.

A contrapartida desse passivo é o desconto, reconhecido nas deduções.

O problema começa nos Custos de Serviços e Produtos prestados.

Apesar do aumento de Receita Líquida (1,5%), os custos cresceram 12,8%.

Isso representa uma perda de eficiência produtiva, fazendo a margem cair de 40,7% para 35,1%.

A questão é que a empresa não abre os custos nas Notas Explicativas.

A justificativa também é pouco clara. Aparentemente, são custos a serem reembolsados à parceira Pharos.

A gestão chama de “conciliação” e a nota é meio confusa, mas tem uma outra nota no passivo para ajudar a interpretar.

Chegando nas Despesas Administrativas, a que já virou rotina: Despesas com Pessoal aumentaram em 13,44%, portanto acima da inflação.

Lembrando que isso é despesa e não custo, portanto não é ligado diretamente à produção.

A outra conta com variação alta (em %) é Materiais, mas o valor em $$ é menos relevante.

A justificativa da gestão para a conta de Pessoal é, principalmente, aumentos por conta do Acordo Coletivo de 2023.

Em Outras Receitas e Despesas, as principais variações são constituições de provisões, portanto sem efeito caixa – são provisões para perdas futuras.

Depois isso vai ser revertido na Demonstração de Fluxo de Caixa.

O EBIT (Resultado Operacional) é negativo em R$ 40,5 milhões, o que é bem ruim, especialmente comparando com o acumulado até 09/2023, que teve um lucro de R$ 125 milhões e margem de 12,4%.

Ainda assim, eu fiz um ajuste para ver como ficaria considerando só o que tem efeito caixa.

A situação melhora, mas não chega a ser boa.

A margem fica em 6,6%, contra 18,1% até 09/2023.

Queda no resultado de R$ 115,5 milhões – 63%.

Ou seja, operacionalmente a empresa ainda está ruim, mesmo tirando as contas sem efeito caixa.

O que reverteu para lucro? Resultado financeiro (apesar de ter sido menor que no período anterior).

A queda é por ter menos dinheiro aplicado, principalmente.

Na DFC, a boa notícia é que a empresa está gerando caixa operacional.

A redução em relação a até 09/2023 ocorre porque o lucro foi bem menor. Ainda assim, a empresa conseguiu fazer gestão de capital de giro e se financiar.

O consumo de caixa ocorre por investimentos (FCI) e por dividendos pagos (à União, no caso).

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