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Conflitos em empresas familiares são inevitáveis em relacionamentos de longo prazo

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Texto originalmente publicado pelo autor na newsletter Insper Negócios. Clique aqui para ler o texto na newsletter!

O que fazer para que divergências naturais não se intensifiquem a ponto de colocar em risco a própria empresa e a unidade familiar? Veja três sugestões

Todos já passamos por conflitos familiares pelos mais diversos motivos — seja por algo simples, como a escolha de onde passar as festas de fim de ano, seja por algo mais sério e com consequências mais duradouras.

Nas empresas e na vida profissional, os motivos podem ser outros, mas a questão se repete. Pode ser uma divergência com superiores ou com colegas de trabalho, uma diferença de pensamento estratégico, ou ainda uma disputa pelos recursos (sempre limitados) de orçamento entre áreas.

Mas o que acontece quando a vida profissional e a familiar se misturam?

Este é o caso de um grande número de empresas. Um levantamento do Sebrae aponta que cerca de 90% das empresas brasileiras são familiares. São negócios de todos os tamanhos, desde pequenos comércios até indústrias com milhares de funcionários.

Em um ambiente corporativo marcado pela incerteza e pela busca de resultados, principalmente em um contexto desafiador como o brasileiro, as chances de conflitos são muitas. Mais ainda: em momentos de crise econômica ou financeira, os atritos societários e familiares costumam se tornar mais presentes e mais tensos.

Como evitar, então, que os conflitos naturais se intensifiquem e se tornem riscos à própria empresa e à unidade familiar?

Sem a pretensão de esgotar um tema tão complexo, listo abaixo três ideias:

 

1) Investir na qualidade da informação

Uma gestão de qualidade se faz com qualidade da informação. É uma máxima da administração que “o que não se mede não se administra”. Portanto, com melhores relatórios gerenciais e um acompanhamento constante da performance operacional e financeira da empresa, a tendência é tomar melhores decisões.

Além disso, informação de qualidade traz maior transparência e maior credibilidade, o que facilita a relação com sócios e familiares que não participam da gestão.

 

2) Governança corporativa

Este tópico mereceria um texto só para ele e ainda seria pouco, mas uma forma de mitigar os conflitos em empresas familiares é fazer um plano de governança no qual fiquem claros os papéis da família, do conselho de administração e do corpo executivo. A clareza das funções de cada um, junto com manuais de conduta e políticas claras de administração, tomada de decisão e resolução de conflitos, leva a um maior profissionalismo na gestão e na condução das relações. Além disso, é importante contar com terceiros de confiança no apoio estratégico e mediação de impasses.

A implantação da governança corporativa não precisa ser feita de uma só vez — pelo contrário, é um processo gradativo e estruturado, um passo de cada vez.

 

3) Plano de sucessão (executiva e familiar)

Idealmente, o plano de sucessão deriva da governança corporativa, ou é implementado junto com ela. É importante que fiquem claras as políticas de “passagem de bastão” e que os potenciais sucessores sejam preparados para assumir cargos de gestão dentro da empresa, tanto para manter (ou melhorar) a qualidade da administração — seja em âmbito executivo, seja em nível de conselho —, quanto pela própria legitimidade perante stakeholders.

Neste ponto, também é fundamental um plano de sucessão patrimonial que busque formas legais de atender aos anseios e às necessidades da família e do fundador, bem como uma melhor eficiência tributária no momento da transferência do patrimônio.

 

Link do original:

https://www.insper.edu.br/noticias/conflitos-em-empresas-familiares-sao-inevitaveis-em-relacionamentos-de-longo-prazo/

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